Identidade Eu
By Daniel Lucas - fevereiro 19, 2018
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Sou do tipo de pessoa que descobre
que está comprando demais, já dá um google em consumismo, baixa um livro,
assiste um vídeo, lê relatos, descobre filosofias anticonsumo, e fica nessa
loucura, falando sozinho ou com os outros sobre o assunto por dias, até que passa.
E aí descubro outra coisa na qual mirar a minha busca: sou uma pessoa ansiosa e
lá vamos nós desconstruir a ansiedade a la budismo, cristianismo e minimalismo:
estou sempre indo atrás de algo.
Com isso, coleciono algumas
críticas que chamei no meu boullet journal (que nada mais é um caderno grande
em que eu tento anotar um monte de coisas que acho importante) de “incomodo sobre
o modo como as pessoas falam de mim comigo”. É simples: ‘o seu problema Dani é
que você começa coisas demais e não termina nenhuma’ (já ouvi isso da minha ex-cabelereira
e de uma old friend recentemente). Sofro com isso. Sofro com as palavras dos
outros e com a constatação da verdade. E quando constato isso, me obrigo a ser
metódico e cartesiano de novo: abrir o google, como fazer planejamento de vida,
baixar ebook, baixar planilhas de planejamento de vida gratuitamente, fazer curso
de como saber o que estou fazendo da minha vida 2018. E depois passa, porquê eu
preciso me manifestar. Não invejo Van Gogh por que o final foi triste, mas os
oito anos entre a primeira pintura e o fatídico tiro no estomago reservaram uma
coisa: expressão. Eu busco me expressar. É simples.
Quando me dá a louca e eu canso de
tentar me enquadrar nesse mundo bonito de produtividade exagerada (têm três
coisas nas quais eu me obrigo a ser organizado: meu quarto, meu trabalho e na
faculdade) eu simplesmente sigo. E acabo reconhecendo os meus pontos bons, que
eu chamei de ‘meus
pequenos botões’. São as pequenas vitórias do dia-a-dia, as coisas nas
quais eu sou bom, aquelas coisas boas que a gente tem e aos poucos vai se
esquecendo, e das quais as pessoas pouco se lembram quando começam a dizer “o seu
problema é...”. Se eu pudesse dar uma resposta, talvez eu diria que não tenho
problemas. Que Deus me fez assim, e Deus não comete erros, mais aí eu estaria
plagiando Born This Way (que suspeito ter se inspirado demais em Express Yourself).
Eu quero ser lembrado como quem está
agora escrevendo no Fiquei Com Seu Blog, como quem cozinha bem, quem é um bom
namorado e bom amigo, quem tenta ser bom professor, mas nesse mesmo corpo cabe
o que ser-humano entra na academia duas vezes no ano e depois sai porquê não
encontrou ali o que buscava. Se há um vazio existencial rondando a vida nessa
segunda década do século 21, com certeza ele me segue e eu não o nego: eu
encaro, eu tento, eu vou, eu faço. Tem dias que chego em casa e durmo a tarde
inteira e que mal tem? Quantos dias fico até a madrugada com o dedinho na tela
do Kindle rolando páginas e páginas de livros? Não é como se a gente tivesse
que provar algo para os demais: é que a gente não está confortável conosco
mesmo.
E eu concordo em grau, número,
gênero e concordância com as analises sociais dos estilos de vida a la Facebook
e Instagram e a vida vitrine, mas eu pergunto: quem não sofre desse mal? Eu
preciso é me aceitar. Aceitar o que eu não posso mudar e mudar o que eu posso. Coisas
que eu posso mudar: as linhas do meu currículo, os quilos a mais, a minha
caligrafia. Coisas que eu não posso mudar: meu desejo de dormir demais, minha
vontade de estar sempre cantando e pulando e sorrindo. Não posso mudar a minha
natureza chorona e nem devo: o que nos separa dos robôs é a nossa capacidade de
ter características individuais. Mande duas pessoas fazerem a mesma receita de
bolo e assarem no mesmo forno: duvido ser o mesmo sabor.
Mais do que tudo é importante nos
conhecer. É estar na nossa busca interna. É ter aquelas coisinhas que mantém a
gente próximo de nós mesmos (usar pijama o dia todo, usar brincos legais, criar
hábitos como tomar chá, criar uma visão positivista do mundo, ler livros, ver coisas
boas na TV, acompanhar um blog 😉) e que com certeza vai fazer a
gente dormir diferente do que a gente acordou. Até porquê, Deus nos livre ser a
mesma pessoa todos os dias.
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Por Daniel Lucas. Professor, Estudante de Matemática, leitor de todos os gêneros possíveis, autor do blog http://daninho15.blogspot.com.br/ e um apaixonado pela vida! Facebook: https://www.facebook.com/Daninho2 .
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